Passeio raiano: de Montalegre a Boticas

Montalegre e Boticas são dois concelhos pertencentes à região de Barroso, marcada pelo isolamento geográfico relativamente ao resto do país.O exemplo mais flagrante deste isolamento é a aldeia de Tourém, um dos dois pequenos enclaves de Portugal, uma vez que se encontra separada do restante território pela albufeira de uma barragem espanhola . Passear por esta região transporta-nos para essa época em que o isolamento e a vida difícil empurravam o povo para a emigração ilegal, e para o contrabando. Bom exemplo disso são as rotas que podemos ainda hoje percorrer , como o caso do PR6 – Rota do Contrabando: Começamos o nosso passeio ali mesmo, em Tourém, onde a cultura comunitária desta região pode ser observada através do forno e do boi do povo. Seguimos para Pitões das Júnias, para percorrer o percurso que nos levaria ao Mosteiro de Santa Maria de Pitões das Júnias, por entre os “prados de lima”, assim chamados porque a água escorre continuamente, criando a ideia de uma lâmina fina. Chegados ao mosteiro, incialmente beneditino e depois convertido á ordem de Cister, observamos a sua construção singela e desprovida de ostentação. Seguimos o trilho para logo encontrar a bonita cascata onde usufruímos de um merecido descanso. Brochura do trilho de Pitões das Júnias: Frente: Verso: Depois do percurso feito, seguimos para Montalegre, onde visitamos o castelo e o eco-museu do Barroso. Brochura turística do concelho de Montalegre: O passeio terminou em Boticas, onde o adiantar da hora já só permitiu um passeio pela vila, para provar as deliciosas amoras plantadas no recém requalificado jardim do Toural, deixando por descobrir A fonte dos Amores, onde reza a lenda que existe um pote cheio de moedas de ouro pertencente a uma moura que aqui chorou a perda do grande seu amor, assim como o Guerreiro Galaíco Lusitano, a mais antiga escultura antropomórfica de toda a península, ou ainda o castro de Lenheses, um dos maiores e mais importantes da Península Ibérica.